
A produção da anona vive dividida entre o baixo lucro dos seus produtores e os ganhos bem mais significativos dos 'intermediários' que tiram partido do processo de exportação ou comercialização.Numa altura em que se 'festeja' este fruto, os produtores queixam-se da falta de apoios governamentais para a sustentabilidade da produção. A tutela discorda e aponta para os serviços prestados pelo Governo Regional, nomeadamente no apoio logístico. "O governo por ano gasta cerca de 30 mil euros em prol da expedição da anona", contrapõe o Director Regional de Agricultura, Bernardo Araújo. O governante falava após a uma palestra aos agricultores, que antecedeu a habitual visita aos 'stands' do evento, cuja cerimónia formal de abertura do XVIII Encontro Regional da Anona, na freguesia do Faial, está prevista para hoje. Além disso existem ajudas financeiras para a exportação através do POSEIMA, acrescenta o responsável. "Uma ajuda que pode chegar até 13% do valor da comercialização da anona no exterior", embora aqui quem tem lucrado com o subsídio seja a cooperativa Agripérola. "É uma das grandes beneficiadas", garante. O governante realça, contudo, a "novidade de uma empresa do ramo agro-alimentar que este ano também já passou a fazer a exportação para o Continente (dez toneladas). É um importante reforço", reconhece. Bernardo Araújo destaca, de resto, que "nos últimos sete anos os valores da exportação da anona passou de 70 mil euros para 130 mil euros (aumento de cerca de 70%)". O director da Agricultura reforçou a necessidade de "uma aposta numa comercialização que procure a valorização da anona. E essa aposta só se ganha indo à procura de mercado", sublinha, destacando que "o mercado do Continente é de facto o mais apetecível". Para tal considerou fundamental "comercializar muito bem para termos o rendimento que é devido", para mais que "a exportação é um dos vectores essenciais". Tanto assim é que "com uma boa comercialização, com um bom valor de venda, é certo que esse estímulo passa para o produtor que assim tem tendência a produzir mais e melhor". Diz que "não está em causa a qualidade da nossa anona que é conhecida e reconhecida, tanto aqui como no exterior". Destacou que mais importante é que "essa qualidade também dê azo a um valor acrescido pela sua compra".
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